Domínios vegetais do Brasil

 

Vegetação do Brasil

 

Os elementos que mais determinam uma vegetação são os climas, a hidrografia e os solos, são responsáveis pela variedade de espécies da flora, um exemplo disso são as zonas intertropicais que, em razão do calor e a umidade, apresentam grandes florestas.                         .Os domínios vegetais são diferentes por causa de muitos fatores, um deles é proveniente da quantidade de água e luz que determinadas plantas necessitam para sua sobrevivência, nesse caso existem três tipos distintos: as higrófilas, que se proliferam em ambientes com grande concentração de umidade; as hidrófilas representam o grupo de vegetais que são adaptadas à água; e as xerófilas, que sobrevivem com a escassez de água.                       

.No caso das vegetações presentes no território brasileiro é bom ressaltar que o fato de estudar as coberturas vegetais do Brasil não quer dizer que essas estão com seu aspecto natural, diante disso, o que é abordado é o estudo dos aspectos vegetativos originais, pois o espaço geográfico do país vem passando por uma série de transformações para atender aos interesses e às atividades humanas.                                   .
O território brasileiro abriga uma variedade de coberturas vegetais proveniente de muitos fatores, dentre os principais estão: a localização geográfica onde há uma elevada temperatura, além de possuir uma extensa área de aspecto continental, que também proporciona uma diversidade de fusos, climas, vegetações entre outros.                                .Apesar da grande diversidade natural da flora presente no Brasil, atualmente existe somente 60% de áreas conservadas, isso para atender as atividades produtivas como a produção agropecuária, o processo de urbanização e o extrativismo (vegetal, mineral e animal).
Considerando as características físicas, os principais tipos de vegetações existentes no Brasil são:


Floresta Amazônica: é uma cobertura vegetal de origem equatorial constituída por uma grande variedade de espécies com grande concentração de plantas higrófilas, as árvores são de grande porte e copas largas, ou mata fechada, essa pode ser encontrada nos Estados do norte do país. Apesar de aparentemente apresentar uma cobertura homogênea existem diferenças, dessa forma podem ser classificada em Mata de igapó (ocorre nas margens de rios que se encontram alagadas o ano todo), Mata de várzea (abriga uma imensa variedade de espécie e passa por inundações em determinados períodos do ano) e Mata de terra firme (não sofre inundações e ocupa grande parte da região). Floresta Amazônica é a grande responsável por boa parte da riqueza natural do país. Com 5,5 milhões de quilômetros quadrados (no Brasil), possui nada menos que um terço de todas as espécies vivas do planeta. No Rio Amazonas e em seus mais de 1 000 afluentes, estima-se que haja quinze vezes mais peixes que em todo o continente europeu. Apenas 1 hectare da floresta pode trazer até 300 tipos de árvore. A floresta temperada dos Estados Unidos possui 13% do número de espécies de árvores da Amazônia. A Floresta Amazônica é considerada a maior fonte de biodiversidade mundial. Há estimativas que indicam existir mais de 10 milhões de espécies vivas em toda a floresta, mas o número real é incalculável. A flora amazônica ainda é praticamente desconhecida, com um fantástico potencial de plantas utilizáveis para o paisagismo, e é constituída principalmente de plantas herbáceas de rara beleza, pertencentes às famílias das Aráceas, Heliconiaceæ, Marantácea, Rubiácea, entre outras.

Mata Atlântica: corresponde a uma cobertura vegetal tropical com árvores altas e densas, atualmente só resta um pequeno percentual, cerca de 7% , dessa importante vegetação que já cobriu grande parte do Brasil, pois cobria desde o litoral do Rio Grande do Sul até o Rio Grande do Norte e algumas partes mais interiores como São Paulo, Minas Gerais e Paraná e já abrigou uma riquíssima biodiversidade e ecossistemas.

·      Exemplos de vegetação da Mata Atlântica 


 

- Bromélias, begônias, orquídeas, cipós e briófitas
- Pau-brasil, jacarandá, peroba, jequitibá-rosa, cedro
 Tapiriria
 Andira
Ananas
Figueiras


 

 

Caatinga: do Tupi: Caa (vegetação), Tinga ( Branca) = Mata Branca. Vegetação característica de clima semi-árido que ocorre no sertão nordestino, constituído por plantas adaptadas à escassez de água, possui aspectos singulares com caules grossos e raízes profundas para garantir a sobrevivência ao longo de extensos períodos sem chuvas, nesses momentos essas plantas perdem suas folhas para evitar a transpiração e perda de umidade.

Ecorregiões da Caatinga:

 

·                    Complexo do Campo Maior: localizado quase integralmente no Piauí e sudoeste do Maranhão. Consiste nas regiões que sofrem inundações periódicas nas planícies sedimentares.

·                    Complexo do Ibiapaba-Araripe, composto pelas Chapadas da Ibiapaba e do Araripe.

·                    Depressão Sertaneja Setentrional, desde a fronteira norte de Pernambuco, estende-se pela maior parte dos Estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará e prolonga-se até uma pequena faixa ao norte do Piauí. A principal característica desta ecorregião são as chuvas irregulares ao longo do ano. É a área mais seca da caatinga.

·                    Planalto da Borborema: abrange partes do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. O relevo movimentado e altitudes superiores delimitam a região.

·                    Depressão Sertaneja Meridional: corresponde à maior parte do bioma. Representa a paisagem típica do sertão nordestino. Distingue-se da Depressão Sertaneja Setentrional por apresentar maior regularidade de chuvas e maior ocorrência de corpos de água temporários.

·                    Dunas do São Francisco: localiza-se no centro-oeste do bioma. É caracterizado pelas dunas de areias quartzosas.

·                    Complexo da Chapada Diamantina: localiza-se no centro-sul do bioma e corresponde à parte mais alta da caatinga. É a região de menor temperatura. Apresenta ilhas de campos rupestres nas partes mais altas, cercadas de caatinga nas regiões mais baixas.

·                    Raso da Catarina: localiza-se no centro-leste do bioma. Caracteriza-se pela caatinga arbustiva de areia muito densa.

Exemplos de vegetação da caatinga:

- Arbustos: aroeira, angico e juazeiro
- Bromélias: caroá
- Cactos: mandacaru, xique-xique e xique-xique do sertão

Floresta subtropical ou Araucária: ocorre na região sul onde prevalece o clima subtropical, dessa vegetação aciculifoliada, de árvores que atingem até 30 m e faz parte da família das coníferas, devido à intensa exploração através da agricultura e extração de madeira, só restam 3% do total original.

Cerrados: vegetação composta em geral por vegetais com troncos retorcidos, cascas  e folhas grossas, é influenciado pelo clima tropical típico, com duas estações bem definidas, sendo uma seca e uma chuvosa. Essa cobertura vegetal é mais comum no centro-oeste do Brasil. O cerrado não é uma vegetação homogênea, pois existem variações em sua composição, desse modo existem os subsistemas do cerrado que são: cerradão, cerrado comum ou típico, campos e cerrado. A tortuosidade das árvores do cerrado é proveniente da acidez do solo e da alta concentração de hidróxido de alumínio. Equivalente à Savana africana. São espécies do Cerrado: Lixeira, Ipê, Aroeira, Mangaba, Pequi, Pau Terra, Sucupira, Jatobá, Jacarandá do Cerrado, Capitão do Mato entre outras.

Pantanal: nesse domínio é possível identificar uma série de coberturas vegetais, desse modo a região pode ser compreendida como sendo uma área de transição entre diferentes tipos de ecossistemas apresentados no território brasileiro. Diante da heterogeneidade do pantanal quanto a cobertura vegetal podemos destacar a presença de campos que periodicamente permanecem inundados no período chuvoso, além de floresta tropical e equatorial, esse domínio ocorre nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O pantanal é conhecido como um refúgio ecológico.

Campos: corresponde a um tipo de vegetação que possui plantas rasteiras compostas por gramíneas herbáceas e arbustos, essa característica vegetal ocorre com maior concentração no estado do Rio Grande do Sul.

Encontra-se esse tipo de bioma em dois lugares distintos: os campos de terra firme (savanas de gramíneas baixas) são característicos do norte da Amazônia.                                           ,
Roraima, Pará, Ilha do Bananal e Ilha de Marajó, enquanto os campos limpos (estepes úmidas) são típicos da Região Sul.

Os campos sulinos, conhecidos como pampas ou pradarias, abrangem o centro-sul do estado do Rio Grande do Sul, que apresenta clima subtropical, com verão muito quente e inverno rigoroso.

É formado por vegetação rasteira ou arbustiva, constituída principalmente por gramíneas e pequenas árvores esparsas. Sua biodiversidade animal é bastante típica, mas não muito rica, pois é formada basicamente por roedores, felinos e aves.

Muitas áreas desse bioma já foram descaracterizadas pela ação humana, devido à pecuária extensiva (que desgasta o solo), ao plantio de soja e trigo (que diminui a fertilidade do solo) e aos desmatamentos e queimadas irregulares (que causam erosão, perda de matéria orgânica e desertificação).

Espécies dos Campos:



Vegetação litorânea: conhecida também por áreas de mangues, essa vegetação é encontrada em regiões costeiras, composta por arbustos e espécies arbóreas e pode ser classificada em: mangue-vermelho, mangue-branco e mangue-siriúbo. É como a base de um ecossistema que mantém uma grande biodiversidade. Vem sendo cada vez mais devastada, com a poluição das águas próximas e a exploração das espécies.

Sua vegetação é bastante variada, porém típica de regiões litorâneas. São regiões alagadiças e salobras que abrigam manguezais, gramíneas e plantas rasteiras.